Desde as últimas décadas do século anterior temos presenciado a marcante inserção da mulher no mercado de trabalho em função do avanço do crescimento da industrialização no Brasil. Apesar disso, a mulher brasileira não deixou suas atividades do lar. Além de trabalhar fora continua administrando sua casa e muitas vezes ainda estuda e até encontra tempo para atividades de lazer e esportes.
Tomando como referência o fotógrafo Sebastião Salgado, que nos encanta ao colocar sob o foco de sua máquina a classe trabalhadora, é dado destaque aqui às funcionárias do grupo Usiminas para retratarem a figura feminina dispersa nessa classe. Tem-se como questão saber um pouco quem são essas mulheres e desta forma, sobretudo, valorizá-las. Embora elas passem várias horas de seu dia no trabalho e, não raro, assumem novo turno em seus lares, pretende-se captar o que elas têm para nos dizer de si mesmas além de suas marcas de feminilidade e beleza.
Como fez Jeremy Clouser em People I Didn't Know busca-se aqui capturar partes através do desconhecido para conhecer um pouco do todo que compõe esse universo. Ou seja, fazer uma amostragem aleatória e sutil da mulher que trabalha numa empresa tão expressiva como a Usiminas com a intenção de lograr algum saber deste tão tenaz conjunto feminino.
Toda mulher aqui fotografada deixava o expediente de trabalho e seguia seu rumo, arraigada em sua individualidade singular. Estrategicamente as mulheres aqui retratadas foram fotografadas naturalmente em suas rotinas peculiares e, assim, desta forma se declaram unicamente por suas tênues expressões.
As fotografias aqui apresentadas pretendem, com excepcional leveza, falar do que vai além do que se vê com os olhos, pois como disse Roland Barthes uma foto é sempre invisível: não é o que vemos. E cada foto aqui silenciosamente fala.
Parabéns à todas as mulheres do grupo Usiminas e especialmente à estas que por ora não precisam nada dizer, simplesmente deixarem-se ler.
